Transtorno Bipolar: O Que é? Você Sabe Como Identificar?

    Em algum momento você já pode ter ouvido falar da bipolaridade, ou transtorno bipolar.

    Em resumo, este é um transtorno caracterizado por oscilações intensas de humor.

    Nesse sentido, suponhamos que durante um dia uma pessoa acorde animada pela manhã.

    Mas durante a tarde, o ânimo desapareça e seu humor mude completamente.

    Nessa situação, muitas pessoas falariam “sou bipolar!”.

    Entretanto, considerar somente estas mudanças corre o risco de ser um modo de ignorar a complexidade e a seriedade desse transtorno.

    Por isso, nesse artigo, vou lhe revelar o que realmente significa apresentar o transtorno bipolar.

    Qual o comportamento de uma pessoa bipolar?

    Em princípio, pessoas com transtorno bipolar passam por oscilações intensas de humor. Além disso, também podem apresentar alterações excessivas de comportamento e níveis de energia (disposição), sendo que essas alterações são chamadas de episódios de mania ou episódios de depressão.

    Geralmente, o diagnóstico surge durante a juventude, do final da adolescência ao início da idade adulta, e costuma permanecer pela vida inteira.

    Ainda assim, é totalmente possível que crianças e adultos mais velhos apresentem o transtorno.

    E como funciona o transtorno?

    Basicamente, de um lado existem os episódios depressivos, em que se vive um período de ausência de motivação, perda de interesse e prazer em atividades do cotidiano, pouca disposição ou energia, pessimismo e até pensamentos sobre morte ou suicídio.

    De outro, temos os episódios maníacos, que representam um momento de nível de energia (ou disposição) muito alto, com agitação, sensação de menor necessidade de sono, maior irritabilidade, pensamentos acelerados, prejuízo na capacidade de julgamento sobre suas ações (por exemplo, a ponto de gastar quantias de dinheiro exageradas ou praticar sexo de modo imprudente).

    Durante um episódio maníaco, é comum ter um sentimento de euforia.

    Isto é, uma sensação de bem-estar, alegria e entusiasmo muito intensos, como “se sentir no topo do mundo”.

    Entretanto, é importante ter em mente que os dois episódios podem ocorrer simultaneamente.

    Ou seja, os sintomas da bipolaridade podem se misturar e se manifestar de forma diferente de pessoa para pessoa.

    Por conta disso, hoje existem pelo menos três principais tipos de bipolaridade (1).

    Transtorno Bipolar Tipo 1

    O primeiro tipo de transtorno bipolar envolve especialmente episódios maníacos.

    Eles têm como característica geral um período de mania de duração maior que uma semana, ocorrendo praticamente todos os dias.

    Além disso, também pode contar com episódios mistos tão preocupantes que a sua duração assume uma importância menor, pois pode ser necessário um atendimento imediato.

    Nesses casos, a perturbação de humor chega ao ponto de causar prejuízos graves na convivência social.

    Inclusive, oferecendo perigo à pessoa que vivencia o episódio e aos que estão ao seu redor.

    Transtorno Bipolar Tipo 2

    Enquanto isso, o segundo tipo requer um ou mais episódios depressivos e pelo menos um episódio hipomaníaco durante a vida.

    Sendo que a hipomania possui características similares de um episódio maníaco, mas com menor gravidade.

    Isto é, os sintomas de um episódio hipomaníaco (de hipomania) não são graves ao ponto de causar inconveniências acentuadas em interações sociais, como causar algum tipo de perigo físico (2). 

    Mesmo assim, o transtorno bipolar tipo 2 não é e nem deve ser considerado “mais leve” que o primeiro tipo.

    Transtorno Ciclotímico

    O diagnóstico de transtorno ciclotímico geralmente é dado para adultos que têm pelo menos dois anos de episódios hipomaníacos e depressivos.

    Ou então, para crianças e adolescentes que têm pelo menos um ano dos mesmos.

    Porém, independentemente da idade, os episódios isolados duram menos e são menos intensos em relação aos episódios dos dois outros tipos de transtorno bipolar.

    Quais são as causas da bipolaridade?

    Em princípio, é impossível dizer a causa exata para o desenvolvimento do transtorno.

    Apesar disso, alguns aspectos podem aumentar o risco  de incidência (surgimento) do quadro, por exemplo:

    • Fatores ambientais: como o local em que a pessoa mora ou as pessoas com as quais convive
    • Fatores genéticos e fisiológicos: como o histórico familiar ou diferenças na estrutura e no funcionamento cerebral (3)

    Como sei se tenho transtorno bipolar? Tem tratamento?

    Frequentemente, confundimos qualquer mudança de humor com algo mais sério.

    No entanto, não devemos usar o termo “bipolaridade” em vão.

    Se você tem dúvidas sobre o transtorno e acredita que se enquadra nele, não hesite em procurar ajuda psicológica ou atendimento médico.

    Caso haja o diagnóstico do transtorno, a terapia, com suas diferentes abordagens, proporciona melhores formas de lidar com os sintomas.

    Além disso, há a possibilidade do uso de medicação sob prescrição do profissional médico.

    Dessa forma, torna-se possível viver uma vida mais saudável mentalmente, superando as discriminações associadas a transtornos de saúde mental como o transtorno bipolar.

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    (Autor)

    Thays Alvaro é estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente no 5° período da graduação, já participou de diversas atividades extracurriculares ligadas à Neurociências, como a ocupação de palestrante no evento Escola com Ciência, promovido através do NuPEDEN UFF (Núcleo de Pesquisa, Ensino Divulgação e Extensão em Neurociências da UFF) e de monitora no X Curso de Verão em Neurociências, realizado pelo Portal do Candidato da Olimpíada Brasileira de Neurociências (Brazilian Brain Bee). Tem como grande paixão a língua francesa, da qual é certificada com diplomas DELF A1, A2 e B2. Secretamente cinéfila, é vista nos momentos livres sempre maratonando filmes (principalmente aqueles que são sobre dança, sua arte favorita). No momento escreve para o Vitalismo e busca contribuir, diariamente, para o firmamento de uma psicologia diversa, sensível e inclusiva.

    William Fan (Revisor)

    William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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