Transtorno de Personalidade Dependente: Carência Intensa?

Você já ouviu falar do transtorno de personalidade dependente (TPD) (1)?

Ele é um dos transtornos de personalidade mais comuns, porém menos estudados (2)?

Mas você sabe quais são os seus sintomas?

Nesse artigo, lhe explicarei como funciona e quais os possíveis tratamentos para o transtorno de personalidade dependente.

Como um paciente com personalidade dependente demonstra suas emoções?

O indivíduo com transtorno de personalidade dependente demonstra extrema necessidade de ser cuidado. Por conta disso, ele acredita que outras pessoas são capazes de suprir suas dependências físicas e emocionais. Dessa forma, a pessoa dependente acredita não ser capaz de viver plenamente sem a ajuda de outros.

E isso pode incluir até os mínimos detalhes da rotina.

Como qual roupa vestir pela manhã ou se deve ou não levar um guarda-chuva ao sair de casa.

Além disso, é comum que esse indivíduo estabeleça um vínculo de maior dependência de alguém com quem convive de perto.

Por exemplo, a mãe, o pai, o marido, a esposa etc.

E se acostume a viver sob os “mimos” dessa companhia.

Quais os sintomas do transtorno de personalidade dependente?

Entre os sintomas que podem ser observados em alguém com TPD estão:

  • Comportamento de submissão e apego excessivo (3)
  • Medo de separações
  • Dificuldade de tomar decisões sozinho, sem receber qualquer conselho
  • Necessidade que outros tomem controle sobre suas responsabilidades pessoais
  • Desconforto com a solidão, pois duvida ser incapaz de cuidar de si mesmo
  • Dificuldade em discordar de opiniões alheias, por medo de perder apoio
  • Bloqueio para iniciar projetos por conta própria (não por falta de motivação ou energia, mas por pouca autoconfiança)
  • Desejo extremo por carinho ou aprovação dos outros, a ponto de fazer qualquer coisa para obtê-los e evitar, ao máximo, conflitos
  • Busca constante por um par romântico
  • Mesmo após um término de relacionamento, já planeja iniciar outro (pois vê na companhia uma fonte de amparo)

Esses sintomas costumam surgir durante o início da vida adulta.

Ainda assim, podem se manifestar também em adolescentes ou idosos.

Entretanto, para esses grupos, a situação é um pouco diferente.

E o diagnóstico de personalidade dependente deve ser utilizado com muita cautela, ou até ser evitado.

Isso porque eles estão passando por fases da vida que naturalmente incluem pedidos de ajuda e, em muitos casos, graus maiores de dependência.

E o mesmo pode ocorrer com pessoas com deficiências ou passando por condições médicas graves.

Em outras palavras, o quanto esses comportamentos de dependência são aceitáveis pode variar.

Levando em consideração diferentes faixas etárias e situações de saúde.

Portanto, torna-se importante destacar que o transtorno da personalidade dependente não é só sobre carência de ajuda.

Mas, sobretudo, sobre falta de autonomia, independência e segurança em si. 

Quais são as causas do transtorno?

As informações sobre as causas do surgimento do transtorno ainda são limitadas.

Mas aspectos como a presença de alguma doença física crônica ou de transtorno de ansiedade de separação durante a infância e a juventude podem influenciar no desenvolvimento da condição.

Além disso, traços característicos da família (como insegurança e submissão) também são capazes de contribuir para um maior risco.

E o transtorno de personalidade dependente tem cura?

O transtorno pode atrapalhar gravemente o desempenho profissional, escolar ou as relações sociais de um indivíduo.

Portanto, se seus sintomas forem observados, buscar acompanhamento psicológico é o recomendado.

Com isso, pessoas com o transtorno de personalidade dependente poderão aos poucos adquirir maior independência.

Além disso, comorbidades (outras condições acompanhando o transtorno) são muito comuns.

Como transtornos depressivos, de ansiedade ou outro tipo de transtorno de personalidade.

Sendo assim, o tratamento médico também pode ser necessário, com o possível uso de medicamentos.

Este artigo te ajudou?
(Autor)

Thays Alvaro é estudante de psicologia na Universidade Federal Fluminense (UFF). Atualmente no 5° período da graduação, já participou de diversas atividades extracurriculares ligadas à Neurociências, como a ocupação de palestrante no evento Escola com Ciência, promovido através do NuPEDEN UFF (Núcleo de Pesquisa, Ensino Divulgação e Extensão em Neurociências da UFF) e de monitora no X Curso de Verão em Neurociências, realizado pelo Portal do Candidato da Olimpíada Brasileira de Neurociências (Brazilian Brain Bee). Tem como grande paixão a língua francesa, da qual é certificada com diplomas DELF A1, A2 e B2. Secretamente cinéfila, é vista nos momentos livres sempre maratonando filmes (principalmente aqueles que são sobre dança, sua arte favorita). No momento escreve para o Vitalismo e busca contribuir, diariamente, para o firmamento de uma psicologia diversa, sensível e inclusiva.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

Este artigo não possui comentários
      Deixe seu comentário

      O seu endereço de email não será publicado.