A vaginite está entre os problemas mais comuns diagnosticados no contexto da atenção primária do sistema de saúde (1).
Esta condição se caracteriza pela inflamação por causa de alguma infecção ou de outras anormalidades na vagina.
Vale lembrar que a vagina é um canal que conecta a abertura do útero à parte externa do corpo da mulher.
Como resultado desta condição, alguns sintomas podem aparecer.
Neste artigo você aprenderá o que é e o que pode causar a vaginite.
Além disso, conhecerá os possíveis sintomas que podem surgir com a presença desta condição.
O que é vaginite inflamatória?
A vaginite é um processo inflamatório ou infeccioso que se desenvolve na vagina. Ela surge quando bactérias, fungos ou protozoários causam infecções ou quando outros desequilíbrios ocorrem no local (2). Além disso, o processo inflamatório pode se estender para a vulva (porção externa dos órgãos genitais das mulheres). Com isso, o quadro todo recebe o nome de vulvovaginite (3).
Seja como for, essas condições podem ter diferentes possibilidades, conforme as causas, por exemplo:
- Candidíase – infecção provocada por fungos
- Vaginose bacteriana – infecção causada por bactérias. O número de casos desta infecção é maior do que os provocados pela gonorreia (outra infecção bacteriana)
- Tricomoníase – doença infecciosa transmitida por meio de uma relação sexual desprotegida
- Infecção causada por vírus (que invadem o corpo e que podem provocar doenças)
- Mudanças nos níveis de hormônios no corpo – comum em mulheres na menopausa, por exemplo (nesses casos, esta alteração é chamada de vaginite atrófica)
- Não infecciosa – resultado, por exemplo, de reação alérgica ou irritação química (portanto, não envolve um outro ser agressor). Podem ter como causas: duchas vaginais, produtos espermicidas (método anticoncepcional), uso de sabonetes, perfumes e sprays vaginais ou mesmo uma reação ao látex de uma camisinha
Vale lembrar que cada uma dessas formas de vaginite podem apresentar sintomas diferentes ou não apresentar sinal ou sintoma algum.
Além disso, o diagnóstico pode ser dificultado, pois mais de um tipo de infecção pode estar presente ao mesmo tempo.
Neste último caso, chamamos de infecções mistas.
Fatores de risco
Em princípio, há fatores que aumentam as chances de uma mulher desenvolver vaginite.
Eles incluem:
- Diabetes não controlada
- Uso de corticosteroides
- Tratamento recente com antibióticos (medicamentos para tratar infecções provocadas por bactérias)
- Doenças que afetam o sistema de defesa do corpo, como o HIV, por exemplo
- Alterações hormonais, como as associadas ao uso de pílulas anticoncepcionais, à gravidez, à menopausa e a condições que afetam a tireoide
- Ducha vaginal
- Uso frequente de produtos de higiene íntima como banhos de espuma, spray ou desodorante vaginal
- Uso de dispositivo intrauterino (DIU) como método contraceptivo
- Relação sexual com múltiplos parceiros, principalmente quando é desprotegida
- Ser gestante (gravidez) (4,5)
Sintomas da vaginite
Os sintomas da condição variam a depender da causa que provocou a inflamação ou a infecção na vagina.
Contudo, há alguns sintomas que são comuns à maioria das mulheres.
Eles incluem:
- Mudança na quantidade, no cheiro, na cor ou no aspecto da secreção que sai pela vagina (há mulheres que normalmente não tem este corrimento vaginal, então não conseguem notar este sintoma)
- Sensação de queimação na vulva
- Dor ou queimação ao urinar
- Coceira ou irritação vaginal
- Dor ou desconforto durante a relação sexual
- Dores pélvicas (região inferior da barriga)
Quando devo procurar ajuda médica?
É importante que você recorra a uma assistência médica ao perceber qualquer desconforto na sua região íntima.
Como, por exemplo, ao perceber um cheiro desagradável vindo da vagina, incômodos ao urinar ou dor durante a relação sexual.
Além disso, procure ajuda se notar alguma mudança no seu corrimento vaginal.
Esses sinais e sintomas podem ser indicativos da presença deste problema.
Com isso, o médico poderá diagnosticar o quadro de vaginite por meio de exame físico e, eventualmente, com ajuda de outros testes adicionais.
Caso a condição seja confirmada, ele definirá o tratamento mais adequado para o seu caso.
Geralmente, envolve uso de medicamentos para causas infecciosas e retirar o irritante que provoca os quadros não infecciosos.
Por fim, vale ainda ressaltar que é importante que também haja um acompanhamento médico, mesmo depois de se recuperar.
Pois, assim, poderá diminuir as chances deste quadro se instalar novamente.