Varicocele: Inchaço e Dor nos Testículos e Infertilidade

Varicocele é o nome dado às varizes que podem ocorrer no interior do escroto (ou bolsa testicular, que é a bolsa onde ficam os testículos).

Apesar do local específico, o processo é semelhante ao que ocorre nas varizes que ocorrem nas pernas, por exemplo.

Aliás, as varizes são as veias que estão dilatadas e tortuosas.

Por sua vez, as veias são vasos que recolhem o sangue do corpo para mandá-lo de volta para o coração.

Portanto, no caso da varicocele, essa função fica comprometida.

Por isso, o sangue não flui e nem retorna de forma adequada.

Com isso, ocorre o inchaço do escroto, o que pode prejudicar a saúde dos testículos, além de provocar infertilidade (1).

Como se detecta a varicocele?

O diagnóstico de varicocele se baseia no exame físico de um médico. Basta ele identificar, dentro da bolsa escrotal, uma massa de formato irregular, que são as veias dilatadas. A depender da gravidade, pode ser classificada em graus I, II e III. Caso necessário, ele também poderá realizar um exame de ultrassom.

Mas a condição pode causar alterações na fertilidade (possibilidade de ter filhos) e, para avaliar isso, um espermograma é necessário.

O espermograma, por sua vez, é o exame laboratorial que analisa o sêmen (ou esperma) e a capacidade do homem de engravidar uma mulher.

Em geral, os primeiros sinais de varizes no testículo ocorrem no começo da puberdade (ao redor dos 13 anos).

Por isso, o acompanhamento de adolescentes por um médico urologista é essencial para o seu diagnóstico precoce e para acompanhar o risco de infertilidade (2).

Quais são os sinais e sintomas?

  • Veias inchadas e contorcidas dentro do saco testicular, em um ou nos dois lados
  • Aspecto de saco inchado, ou seja, ocorre aumento do volume do saco testicular
  • Testículos doloridos ou desconforto na região
  • Testículo reduzido ou amolecido
  • Dificuldade de engravidar a parceira (prejuízo na fertilidade)

O que causa varicocele?

Não é totalmente clara a causa desta condição (3,4).

No entanto, sabe-se que o processo que dá origem está relacionado com um defeito nas válvulas das veias do interior do escroto.

As válvulas são como “portas” que se abrem para um lado apenas.

Portanto, quando são saudáveis, garantem o fluxo adequado de sangue pelas veias em um único sentido.

Em contrapartida, válvulas defeituosas permitem que o sangue flua em sentido contrário ou não o deixam fluir, causando um acúmulo na região.

Como é o tratamento?

Varicoceles de graus II e III devem receber o tratamento, por procedimento cirurgico.

A cirurgia:

  • É simples, com uma pequena incisão (corte) na região da virilha
  • Requer uma internação curta
  • Permite que o paciente retome suas atividades normais em poucos dias
  • Tem baixo risco de complicação e de remissão (retorno da doença)

Já os casos de grau I, por sua vez, não costumam ter necessidade de tratamento.

No entanto, é necessário realizar o acompanhamento com o médico urologista devido à possibilidade de a doença progredir para graus mais graves.

Além disso, a varicocele é uma doença que depende do tempo.

Isto é, quanto mais tempo passar sem tratamento, maior é o risco de causar infertilidade.

Por isso, são de grande importância o diagnóstico precoce e o acompanhamento com o médico.

Dessa forma, o paciente pode ter uma maior qualidade de vida ou mesmo não ter prejuízo algum.

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(Autor)

Olá! Meu nome é Gabriel Braga Villa e tenho 26 anos. Sou estudante do quinto ano de Medicina na UNESP Botucatu. Batalhei bastante para entrar na faculdade, fiz quatro anos de cursinho pré-vestibular depois de me formar no colégio. Hoje amo estudar saúde e as duas coisas que mais me movem na área são: acolher quem precisa de ajuda e espalhar conhecimento para que as pessoas possam viver com mais qualidade. Além da medicina, também amo todos os tipos de esportes. Jogo basquete e pratico corrida há 10 anos -- são as atividades que mais relaxam meu corpo e minha mente. Inclusive, acredito no exercício físico, no esporte e em um estilo de vida ativo como ferramentas de promoção de saúde, uma vez que podem participar da prevenção e da cura de diversas doenças, além de poder aumentar a qualidade de vida de qualquer pessoa. Por fim, sou fiel à ciência e ao método científico e, neste projeto, meu objetivo é contribuir para a saúde e o bem-estar dos leitores do Vitalismo.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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