Vitiligo: Como Ocorre a Perda da Cor Natural na Pele?

O vitiligo é uma doença que provoca a perda da cor natural da pele.

Com isso, podem surgir regiões de pele mais clara.

Além disso, outras partes do corpo também podem ser afetadas, inclusive os cabelos, a parte interna da boca e até os olhos.

Estima-se que cerca de 0,5% a 2% das pessoas ao redor do mundo possam ter essa doença (1).

Pessoas de todos os gêneros e tons de pele podem ser afetadas.

Neste artigo, você descobrirá o que pode causar o vitiligo.

Também saberá sobre seus sintomas e muito mais.

Qual é a causa do vitiligo?

O vitiligo surge quando os melanócitos param de funcionar ou morrem. Os melanócitos são células que produzem a melanina, que é um composto que dá a pigmentação (a cor) para a pele, o cabelo e os olhos. Não se sabe a causa para que ocorra a destruição de melanócitos, mas parece ter relação com problemas no sistema imune (que faz a defesa do organismo) e fatores genéticos.

Além disso, um quadro de estresse significativo, queimaduras graves pelo sol ou outras agressões contra a pele (por exemplo, contato com produtos químicos) podem agir como gatilhos para que a condição apareça.

Outra teoria que procura explicar essa doença tem relação com substâncias que são tóxicas aos melanócitos, e que são liberadas por nervos que estão em contato com a pele (2).

Por fim, vale enfatizar que ela não é contagiosa e nem fatal (não há risco de morte por conta dessa doença).

Fatores de risco

Há alguns fatores que podem aumentar o risco de se desenvolver vitiligo, por exemplo:

  • Ter uma doença autoimune: as células do sistema de defesa do corpo confundem os melanócitos (células que produzem a pigmentação da pele) com agressores externos. Com isso, as células de defesa atacam os melanócitos, prejudicando seu funcionamento ou até destruindo-as. Alguns exemplos de doença autoimune incluem: hipotireoidismo (doença de Hashimoto), diabetes mellitus tipo 1 ou alopecia areata (perda de cabelo)
  • História familiar: cerca de 30% dos casos dessa doença ocorrem em famílias, o que mostra o envolvimento de fatores genéticos

Como são as manchas de vitiligo?

As manchas de vitiligo são mais claras que a pele natural ou esbranquiçadas. Além disso, os sinais e sintomas podem incluir:

  • Perda da cor natural da pele, sendo que, de modo geral, pode acontecer primeiro nas mãos, no rosto e nos órgãos genitais
  • Perda da cor que reveste o interior da boca ou do nariz (membranas mucosas)
  • Pelos ou fios de cabelo grisalhos ou brancos que surgem prematuramente

Apesar de essa doença ficar mais visível em pessoas de pele escura, pessoas de todos os tons de pele podem ser afetadas.

Além disso, saiba que o vitiligo pode começar em qualquer idade.

Entretanto, geralmente surge antes dos 30 anos.

Em geral, é muito difícil prever como ocorrerá a evolução do quadro.

Às vezes, algumas áreas da pele afetada param de aumentar, mesmo sem tratamento.

No entanto, com frequência, a perda da cor natural avança para mais regiões.

Em alguns casos, a perda da coloração da pele pode se manifestar apenas em um lado do corpo.

Já em outros, pode aparecer em ambos os lados.

Vale observar que, diferentemente do albinismo oculocutâneo (que fica aparente desde o nascimento e afeta o corpo todo), no vitiligo há muitas áreas da pele que ainda preservam a capacidade de ter a melanina.

Por fim, saiba que em alguns casos a cor de pele natural pode retornar por conta própria.

A seguir, veremos exemplos diferentes de como a doença pode se manifestar no corpo.

Tipos de vitiligo (3)

  • Generalizado: é o tipo mais comum. As manchas sem pigmentação se encontram em todas as partes do corpo
  • Mucosa: afeta a camada de revestimento interno da boca e/ou das genitais
  • Segmental: se limita a um lado do corpo ou a uma área como as mãos e rosto
  • Tricoma: nas manchas há um centro branco ou incolor. No seu entorno, há uma área com cor mais clara e, em seguida, uma área em que há pele normal
  • Focal (localizado): é um tipo raro em que as regiões sem melanina (o pigmento da pele) estão em uma área pequena e elas não se espalham dentro dos dois primeiros anos
  • Universal: outro tipo raro em que 80% da pele do corpo não tem pigmentação

Quando procurar ajuda médica?

Ao perceber que determinadas áreas do seu corpo (seja a pele, o cabelo ou mucosas, como dentro da boca), esteja perdendo a pigmentação (a cor natural), procure por assistência médica.

Pois, apesar de não ter cura, há tratamentos que podem interromper ou adiar o processo de descoloração da pele e até recuperar um pouco a cor.

Além disso, há motivos que tornam importante buscar um serviço de saúde assim que notar os primeiros sinais e sintomas.

Uma vez que há outros problemas associados a essa doença que podem surgir, tais como:

  • Sensibilidade à luz do sol, pois devido à falta de melanina (o pigmento), a pele pode se queimar mais facilmente (4)
  • Anormalidades na retina (camada interna no fundo do olho onde há células sensíveis à luz) ou variação na cor da íris (parte do olho que define a cor dele)
  • Maior probabilidade de desenvolver outras doenças autoimunes (quando o sistema de defesa do organismo mobiliza células para atacar partes do próprio corpo)

Além disso, a ansiedade também é um problema associado ao vitiligo, pois essa condição pode afetar a autoestima e a saúde mental de quem a possui.

Por isso, é importante procurar ajuda médica, pois assim você pode iniciar o tratamento mais rápido possível e também pode ser acolhido de forma integral pela equipe de saúde.

Com isso, serão maiores as chances de você lidar e conviver melhor com essa condição.

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(Autor)

Discente do curso de enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas, em Minas Gerais. Atuante na Atenção Básica à Saúde na cidade de Alfenas, sobretudo nas áreas de Saúde da Mulher e Cuidados Paliativos. Membro voluntário do projeto de extensão “PaliAB” pela Universidade Federal de Alfenas.Neste projeto, os extensionistas estabelecem uma relação de reciprocidade com os profissionais da Estratégia da Saúde da Família (ESF) e com os pacientes assistidos neste nível de Atenção à Saúde, sob a ótica dos Cuidados Paliativos (CP).Os participantes deste projeto contribuem para melhora na qualidade de vida dos pacientes por meio de planos de cuidados desenvolvidos juntamente com os profissionais das ESFs, para aliviar o sofrimento físico, social, espiritual e psicológico das pessoas e de sua rede de apoio sob CP.Além disso, ela atua no desenvolvimento de pesquisas para aprimorar o conhecimento sobre esta área, publica diversos trabalhos sobre a temática e disponibiliza cursos e cartilhas para os profissionais da ESF e cartilhas para população juntamente com os membros do projeto.Por fim, ela prioriza um cuidado integral, respeitoso e digno tanto às pessoas assistidas pela Atenção Básica quanto aos profissionais que atuam neste nível de assistência à saúde.

William Fan (Revisor)

William Fan é médico graduado pela Universidade Estadual Paulista (Unesp) - Faculdade de Medicina de Botucatu (FMB). Fez estágios clínicos em Oncologia Clínica e Medicina de Emergências na Prince of Wales Hospital, afiliada da University of New South Wales, Sydney, Australia (UNSW) e que faz parte do prestigiado Group of Eight, grupo que reúne as 8 instituições líderes de excelência em ensino e pesquisa da Austrália. Além disso, colaborou no desenvolvimento de um projeto científico da Centre for Vascular Research, na UNSW. Tem também publicações científicas em periódicos (revistas) internacionais de impacto na comunidade científica em áreas de pesquisa experimental e pesquisa clínica, abrangendo as áreas de biologia do câncer, doenças cardiovasculares, além de ser co-autor de uma revisão sistemática e meta-análise. Foi certificado pelo programa Sharpen Your Communication Skills da Stanford Graduate School of Business. Atualmente é revisor científico do Vitalismo. Seus interesses incluem entender como aplicar o conhecimento de pesquisas científicas no desenvolvimento de tecnologias para melhorar a saúde das pessoas. Nos momentos livres, gosta de estudar idiomas (atualmente fala Inglês, Chinês Mandarim e Alemão), fazer leituras, acompanhar debates inteligentes, jogar basquete e experimentar diferentes culinárias.

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